Hoje, como andava perdida por Lisboa bem cedo, decidi aventurar-me e ir até á Feira da Ladra. Arranjei um camarada para me acompanhar nesta epopeia mirabolante e lá fui eu, desde o Chiado até á feira.
Como sempre, esperámos... e esperámos... e (des)esperámos por um 28. Toda a gente sabe que não é a carreira da Carris mais assídua e que ás vezes esperamos 30min e de repente, vêm logo 3 ou 4 eléctricos de seguida! Foi o que aconteceu hoje. Afinal a tradição ainda é o que era!
E upa, lá fomos nós! Quem ande por Lisboa, sobretudo pela zona da Baixa, apercebe-se que há cada vez mais turistas nesta cidade. São alemães, franceses, ingleses, (muitos) espanhóis e muitas outras nacionalidades. O 28 é das carreiras mais frequentadas por estes seres. Mas isso, eu até percebo. O caminho é brutal! Sobe-se a rua da Madalena, passando pela Sé e pelo miradouro de Santa Luzia (um dos miradouros mais bonitos de Lisboa), miradouro de São Vicente de Fora e pelas ruas de Alfama até á Graça (eu sei, eu sei, ás vezes vai até ao Martim Moniz mas isso hoje não é relevante). Descemos no Largo de São Vicente.
Hoje a feira estava em grande! Haviam imensas bancas e muita gente interessada em comprar e vender (Crise??Qual crise??). Logo que chegámos, deparámo-nos com uma personagem que trazia uma bicicleta de montanha e ia descendo pela feira a passo apressado enquanto gritava: "20€!20€". Provavelmente ainda fugia do dono da bicicleta!
Mais á frente, uma banca que vendia filmes XXX com uma senhora dos seus 70 e tal anos a tomar conta do estaminé (senhora essa que parecia uma avózinha...). Duas ou três bancas a seguir, uma manta no chão com alguns livros e fotos de homens nus em posições muito...(no minimo) naturais! Passámos também pelo "clássico da feira", a loja do exército com os seus cintos coloridos (duvido que no exército seja permitido usar tais cores) e t-shirts caricatas. Tive pena de não ver a t-shirt que mais me cativava naquela banca há uns anos atrás. Era uma t-shirt preta onde estava escrito: Bóinas Verdes nunca morrem, reagrupam-se no Inferno (Quando a vi, lembro-me de ter pensado que ser Bóina Verde até não devia ser mau...). Passámos por uma banca onde um velho dizia á vizinha da banca ao lado que á noite tinha que dormir com a porta fechada porque tinha medo que ela lhe entrasse no quarto com uma faca! Explorámos também a banca dos ténis. Quem quiser comprar ADIDAS pode fazê-lo na feira, precisa é de calçar um 43 no mínimo! Nesta altura, tivemos outra visão...Um senhor que procurava algo numas caixas ali perto, fez o favor de nos mostrar o seu rego bem peludo...Mas será que os portugueses julgam que isso é sexy????
Já mais recuperados, decidimos ir beber um cafezito ali perto (infelizmente, o jardim da feira está fechado). Mais uma vez, fomos confrontados com algumas personagens típicas: o velhote duma das bancas que fumava um senhor charro, o casal de velhotes que discutia enquantro mudavam de mesa e o empregado que descrevia chamussas a uns espanhóis como picantes...E para bom entendedor, meia palavra basta!
Tudo isto foi acompanhado pela banda sonora típica dum dia de feira, com a Ámalia a cantar o fado (tivemos quase para a ir visitar ao Panteão mas isso fica para outro dia)!
Depois de todas estas peripécias, decidimos descer até ao Martim Moniz para ir comer o pão chinês (uma descoberta recente) e a "pizza" chinesa. Depois de saciar a fome, fomos apanhar o 28 novamente, fazendo o trajecto inverso e deliciando os estrangeiros que nos acompanhavam com música boa:
USA for Africa - We are the World
Labels: Cronicas lusas, music, Portugal