Hoje à noite fui ao cinema. Finalmente! Já nem me lembrava bem da última vez que tinha pisado uma sala de cinema...E o filme? O filme escolhido foi o Babel do mesmo realizador de Amores perros e de 21 Grams. . Não tinha grandes expectativas e até cerca de 50 minutos (+ ou -) estava a achar o filme muito secante! Por mim, teria ido ver o The science of sleep ou algo assim mas como a troupe toda escolheu este, lá fui eu.
Não sou muito de dissecar filmes e analisá-los totalmente mas acho que posso dizer algo sobre este. Foi boa ideia pegar numa história antiga e adaptá-la aos tempos modernos. Babel mostra-nos que, mesmo falando a mesma língua, não nos entendemos e isso corresponde cada vez mais à verdade nos tempos que correm. Os actores não estão nada mal apesar das grandes estrelas de Hollywood terem sido abafadas por desconhecidos. A personagem da Amelia e o puto marroquino mais reguila puseram a Cate Blanchet e o Brad Pitt a um canto.
Comecei a gostar mais do filme a partir dum determinado momento da história japonesa (não posso revelar pormenores sombrios do filme...ehehehehehe) quando o ritmo da história aumenta (nunca gostei de filmes com ritmo lento). Apesar de Alejandro Gonzalez Iñárritu ter recorrido muito à câmara à mão, até aquele momento o filme não estava a resultar para mim. Depois, a câmara é mais feliz a reflectir o estado de espírito dos personagens e torna-se fulcral no desenrolar da história. Mesmo assim, acho que poderia haver um maior contraste visual entre histórias, Rodrigo Prieto (o director de fotografia) poderia ter explorado melhor o facto de as histórias se passarem em sitios muito diferentes para torná-las mais espectaculares (tal como foi feito com o Traffic).
Eu gostei mas acho que haverá muita gente que achará o filme dificil de "engolir" como aconteceu no nosso grupo. Principalmente porque hoje em dia, as pessoas têm dificuldades em serem confrontadas com este tipo de histórias que expõem o ser humano como um ser rico em falhas...Como dizia a minha avozinha, longe da vista, longe do coração!
Definitivamente, Babel não é um filme soft nem tipicamente Hollywoodesco por isso vão ver!

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