Cronologia do 25 de Abril de 1974
14 de Março
O Governo demite os Generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Chefe e Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.
16 de Março
Tentativa de golpe militar contra o regime. Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha marcha sobre Lisboa. O golpe falhou. São presos cerca de 200 militares.
24 de Março
Última reunião clandestina da Comissão Coordenadora do MFA, na qual foi decidido o derrube do regime e o golpe militar.
23 de Abril
Otelo Saraiva de Carvalho entrega, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados contendo as instruções para as acções a desencadear na noite de 24 para 25 e um exemplar do jornal a Época, como identificação, destinada às unidades participantes.
24 de Abril
O jornal República, em breve notícia, chama a atenção dos seus leitores para a emissão do programa Limite dessa noite, na Rádio Renascença .
24 de Abril - 22:00 horas
Otelo Saraiva de Carvalho e outros cinco oficiais ligados ao MFA já estão no Regimento de Engenharia 1 na Pontinha onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento. Será ele a comandar as operações militares contra o regime.
24 de Abril - 22:55 horas
A transmissão da canção " E depois do Adeus ", interpretada por Paulo de Carvalho, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, marca o início das operações militares contra o regime.
25 de Abril - 00:20 horas
A transmissão da canção " Grândola Vila Morena " de José Afonso, no programa Limite da Rádio Renascença, é a senha escolhida pelo MFA, como sinal de confirmação de que as operações militares estão em marcha e são irreversíveis.
25 de Abril - Das 00:30 às 16:00 horas
Ocupação de pontos estratégicos considerados fundamentais ( RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Aeroporto de Lisboa, Quartel General, Estado Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi). Primeiro Comunicado do MFA difundido pelo Rádio Clube Português. Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém estacionam no Terreiro do Paço. As forças paramilitares leais ao regime começam a render-se: a Legião Portuguesa é a primeira. Desde a primeira hora o povo vem para a rua para expressar a sua alegria. Início do cerco ao Quartel do Carmo, chefiado por Salgueiro Maia, entre milhares de pessoas que apoiavam os militares revoltosos. Dentro do Quartel estão refugiados Marcelo Caetano e dois ministros do seu Gabinete.
25 de Abril - 16:30 horas
Expirado o prazo inicial para a rendição anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está disposto a render-se e pede a comparência no Quartel do Carmo de um oficial do MFA de patente não inferior a coronel.
25 de Abril - 17:45 horas
Spínola, mandatado pelo MFA entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo. O Quartel do Carmo hasteia a bandeira branca.
25 de Abril - 19:30 horas
Rendição de Marcelo Caetano. A chaimite BULA entra no Quartel para retirar o ex-presidente do Conselho e os ministros que o acompanhavam, levando-os, à guarda do MFA para o Posto de Comando do Movimento no Quartel da Pontinha.
25 de Abril - 20:00 horas
Disparos de elementos da PIDE/DGS sobre manifestantes que começavam a afluir à sede daquela polícia na Rua António Maria Cardoso, fazem quatro mortos e 45 feridos.
26 de Abril
A PIDE/DGS rende-se após conversa telefónica entre o General Spínola e Silva Pais, director daquela corporação. Apresentação da Junta de Salvação Nacional ao país, perante as câmaras da RTP. Por ordem do MFA, Marcelo Caetano, Américo Tomás, César Moreira Baptista e outros elementos afectos ao antigo regime, são enviados para a Madeira. O General Spínola é designado Presidente da República. Libertação dos presos políticos de Caxias e Peniche.
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Estou desejoso para que a saga continue. Até ao 25 de Novembro de 75 há muita coisa interessante que aconteceu. Não vais parar por aqui, pois não? Mais não seja porque fiquei com a ideia que este post era uma espécie de hino à liberdade e democracia. E essa, como bem sabemos, só chegou mesmo a TODOS os portugueses um ano e alguns meses depois...
Só por curiosidade: o nome de Otelo não devia estar também a encarnado, como o número de vítimas da revolução de Abril?
PS: tenho pena de ter acabado por não estar contigo durante a tua estadia em Lisboa. Parte da culpa foi do trabalho, mas parte foi minha. Mil perdões! Espero que o regresso esteja a decorrer de forma tranquila... pelo que ouvi dizer, o tempo tem ajudado... aposto que nem te passa pela cabeça fazeres outra coisa senão trabalhares =D